Resumo - Os Perigos da Interpretação Bíblica - A
Exegese e suas Falácias - D. A. Carson
Sobre o autor:
D. A. Carson é professor de Novo testamento na
Trinity Evangelical Divinity School, nos Estados Unidos. Desde que recebeu seu
grau de doutor na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, ele já escreveu
mais de quinze livros. Neste livro, D. A. Carson apresenta uma excelente
abordagem de vários tipos de falácias muitas vezes presentes no trabalho de
exegese:
* vocabulares
*
gramaticais
* lógicas
* históricas
* e de
presupostos
Ele as examina e reflete sobre cada uma de forma
bastante prática e objetiva, ilustrando suas considerações teóricas com
exemplos extraídos de diversos autores, de maneira que o leitor possa
compreender claramente onde e como ocorreu a falha. Ao buscar e revelar abusos
e falhas em certos princípios exegéticos, Os Perigos da Interpretação Bíblica
mostra-se muito útil e até essencial para professores, pastores, estudantes e
todos os cristãos comprometidos com uma interpretação correta das Escrituras,
pois ajuda-os e incentiva-os a discutir cuidadosamente as difíceis questões
levantadas durante o trabalho do exegeta.
Muitos, quando procuram um sentido nos
textos bíblicos, acabam se esquecendo da hermenêutica, o que gera sofismas e armadilhas
para uma compreensão correta do texto. O autor mostra as armadilhas lógicas,
gramaticais, vocabulares, históricas e pressupostas que se forem conhecidas,
podem ser evitadas, fazendo com que o leitor, ao interpretar, corra menos
riscos. Neste
valioso livro, o autor não tem a intenção de fazer um trabalho hermenêutico nos
textos citados como exemplo. Essa não é a proposta do livro. Carson apresenta
os vários tipos de falácias que podem ser encontrados em trabalhos de exegese.
O autor diz que uma interpretação crítica das Escrituras é aquela que justifica
adequadamente os aspectos: lexical, gramatical, cultural, teológico, histórico,
geográfico ou outro tipo. Que é importante uma abordagem cuidadosa da Bíblia
para nos capacitar à ouvi-la um pouco melhor. Não devemos aplicar ao texto
bíblico as interpretações tradicionais que recebemos de terceiros, mas sempre
exercer um papel crítico.
O estudo dos erros de interpretação é importante,
porém contém seus riscos porque gera um negativismo contínuo é espiritualmente
perigoso. O distanciamento, apesar disto, é um componente necessário do
trabalho crítico.
Sem dúvidas, é determinante para se entender a Bíblia o desejo e vontade latente de interpretá-la corretamente. Pois quando falamos de Bíblia, não estamos falando de um livro qualquer. É preciso esforço para interpretar e explicar a palavra de Deus com clareza.
Sem dúvidas, é determinante para se entender a Bíblia o desejo e vontade latente de interpretá-la corretamente. Pois quando falamos de Bíblia, não estamos falando de um livro qualquer. É preciso esforço para interpretar e explicar a palavra de Deus com clareza.
Antes de ler este livro já tinha uma idéia parecida
da citação (pg. 16) que fala das formulações teológicas contraditórias entre os
chamados “evangélicos”, onde se vê de tudo, das doutrinas mais simplórias às
mais “sofisticadas”, porém muitas absurdas. Tudo isto por falta da aplicação
correta da exegese por parte de alguns ou até por má-fé por parte de outros.
Após a leitura obtive uma visão do que é exegese. Aprendi que exegese é a “arte” de interpretar as escrituras da melhor forma, completa e exaustivamente, enquanto que hermenêutica diz respeito às ferramentas utilizadas ao exercício de exegese.
Após a leitura obtive uma visão do que é exegese. Aprendi que exegese é a “arte” de interpretar as escrituras da melhor forma, completa e exaustivamente, enquanto que hermenêutica diz respeito às ferramentas utilizadas ao exercício de exegese.
Achei interessantes os aspectos apontados pelo
autor sobre os erros encontrados em diversas exegeses. Dentre eles me chamaram
a atenção:
1) Obsolescência semântica: Significado de uma palavra que foi diferente em outra época. Ex. Pedagogo: escravo x professor; A falácia do radical (pg. 26) é uma falácia muito importante a ser observada, nessa falácia o significado é determinado pela etimologia, ou seja, pela raiz ou raízes de uma palavra. Na página 27 temos o exemplo da palavra “ministros” (ou ”servos”-como na NVI) usada pelo apóstolo Paulo em (I Co. 4 v 1), a etimologia dessa palavra conclui que ela significa “o auxiliar de um remador”, alguém que “servia” ou auxiliava o remador. O apóstolo Paulo não estava dizendo que auxiliava alguém em um barco remando de um lado para o outro, até porque sua profissão era fazer tendas (At 18:3), o que está em questão aqui é o contexto em que essa palavra é empregada e não a sua etimologia. Essa palavra na literatura clássica nunca é aplicada a “remador” e certamente não é empregada assim no Novo Testamento. No Novo Testamento é aplicada a um servo. Independente da etimologia de uma palavra (o estudo etimológico também é importante, não deve ser descartado), ela deve ser analisada junto com o contexto aplicativo do texto. Anacronismo semântico: quando um significado mais recente de certa palavra é transportado para a literatura antiga. Obsolescência semântica: aqui, o intérprete atribui a certa palavra de seu texto um significado que o termo em questão costumava ter em tempos passados, mas que não é mais encontrado dentro do atual campo semântico da palavra; ou seja, o significado é semanticamente obsoleto.
1) Obsolescência semântica: Significado de uma palavra que foi diferente em outra época. Ex. Pedagogo: escravo x professor; A falácia do radical (pg. 26) é uma falácia muito importante a ser observada, nessa falácia o significado é determinado pela etimologia, ou seja, pela raiz ou raízes de uma palavra. Na página 27 temos o exemplo da palavra “ministros” (ou ”servos”-como na NVI) usada pelo apóstolo Paulo em (I Co. 4 v 1), a etimologia dessa palavra conclui que ela significa “o auxiliar de um remador”, alguém que “servia” ou auxiliava o remador. O apóstolo Paulo não estava dizendo que auxiliava alguém em um barco remando de um lado para o outro, até porque sua profissão era fazer tendas (At 18:3), o que está em questão aqui é o contexto em que essa palavra é empregada e não a sua etimologia. Essa palavra na literatura clássica nunca é aplicada a “remador” e certamente não é empregada assim no Novo Testamento. No Novo Testamento é aplicada a um servo. Independente da etimologia de uma palavra (o estudo etimológico também é importante, não deve ser descartado), ela deve ser analisada junto com o contexto aplicativo do texto. Anacronismo semântico: quando um significado mais recente de certa palavra é transportado para a literatura antiga. Obsolescência semântica: aqui, o intérprete atribui a certa palavra de seu texto um significado que o termo em questão costumava ter em tempos passados, mas que não é mais encontrado dentro do atual campo semântico da palavra; ou seja, o significado é semanticamente obsoleto.
2) Fontes
Duvidosas: Utilizar pesquisas insuficientes e dando créditos alheios sem a
devida verificação das fontes originais;
3) Erros lógicos: Inobservância das
leis fundamentais da lógica, as quais são universalmente verdadeiras, tais como
a lei da não-contradição e a lei do termo médio excluído; Confusão de
cosmovisões essa falácia consiste em alguém acreditar que suas experiências e
conceitos pessoais são a estrutura correta para a interpretação do texto
bíblico;
4) Falácia baconiana que submete o historiador à uma busca de um
objeto impossível por meio de um método impraticável. Destaca que é fundamental
não deixarmos de reconhecer nossas próprias suposições, indagações, interesses
e preconceitos, mas admitindo todos estes e dialogando com o texto, procurando
fazer concessões para evitar confusão de nossa própria cosmovisão com as dos
escritores bíblicos;
5) Distinção entre figurado e literal: É muito comum
encontrarmos interpretações que tomam o literal pelo figurado ou vice-versa. A
teologia de algumas seitas depende de tais leituras errôneas, propõe uma
interpretação literal de muitas aplicações aparentemente figuradas de palavras,
por exemplo, “Deus deve ter um corpo, pois o texto fala do poderoso braço
direito de Deus”, mas quais são os princípios que determinam entre o figurado e
o literal.
O principal que aprendi foi sobre a necessidade de
reconhecer a própria bagagem de convicções que cada um de nós traz consigo,
especialmente aquelas herdadas, para não deixar interferir num distanciamento
necessário do texto. Sempre exercer a crítica e esgotar inteiramente todos os
meios disponíveis de consulta e interpretação, com imparcialidade e posturas
que sejam baseadas em convicções exegéticas.
Algo muito importante a ser observado é que tanto a
hermenêutica quanto a exegese precisam andar com o leitor da Bíblia, caso
contrário as falácias tomaram o lugar da verdadeira interpretação das
escrituras.
Bibliografia:
CARSON, Donald A. Os Perigos da Interpretação
Bíblica. 2. ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 2001.
BÍBLIA DE ESTUDO DAKE.
e-mail: prbruno_gomes@hotmail.com
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