quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Filosofia: O mito da caverna


Resenha do Livro de Filosofia, Encantamento e Caminho, de Vanildo de Paiva.
Sobre o autor:
Pe. Vanildo de Paiva também é autor do livro Catequese e Liturgia: duas faces do mesmo Mistério (Paulus). O livro traz reflexões e sugestões, que mostram como se dá a interação entre Catequese e Liturgia, na teoria e na vivência diária. Pe. Vanildo atua há muito tempo na formação catequética e litúrgica das comunidades, especialmente de catequistas, e faz parte do Grupo de Reflexão Catequética (GRECAT) da CNBB.

Sobre o livro: FILOSOFIA, ENCANTAMENTO E CAMINHO.
Capitulo Um: FILOSOFIA: O HOMEM NO CAMINHO DA VERDADE
A filosofia é convite e desafio à transcendência.”
O homem em busca da verdade quase sempre se engana quando julga tê-la plenamente alcançado, reduzindo-se a um único estilo de vida, seja religioso e transcendente, ou lógico e cientifico; de acordo com o autor: “a filosofia possibilita o salto para uma vivencia mais plena da vida”.
Despertar o homem para o pensamento é a única maneira de sair das sombras da caverna e enxergar com clareza as questões da vida. A filosofia não é uma ciência de outro planeta, nem tampouco um conhecimento sobrenatural, pelo contrário ela sempre esteve presente em toda história da existência humana, sempre contribuindo para o desenvolvimento do Ser. Localizar o homem em si mesmo, norteá-lo dentro de um universo complexo e por muitos sem resposta para as questões mais amplas e diversas da vida, questionar os dogmas, achar as origens das crises tentando soluciona-las, compreender as necessidades humanas e suas atividades, levar o homem ao rompimento com a ignorância e abrir os horizontes do conhecimento, são esses entre outros objetivos da filosofia.

Capitulo Dois: ENTRE AS SOMBRAS DA CAVERNA
“Uma vida autentica, uma experiência genuinamente humana, exige rompimento com a opacidade do dogmatismo, abertura para o pensamento autônomo.”
Aprendemos que a filosofia tem como objetivo despertar cada indivíduo para o pensamento crítico-analítico, fazendo com que o mesmo deixe o pensamento raso (senso comum), pensamento esse que já faz parte de si sem ao menos questiona-lo antes de aderi-lo. A ausência do pensamento reflexivo torna o individuo uma presa fácil dos pensamentos dogmáticos, todo pensamento precisa ser criticado (não no sentido pejorativo), pra não correr o risco de se tornar uma “verdade” absoluta, inviolável, intransponível, inquestionável.
A maior liberdade do ser humano é ter o direito de ir a busca da verdade, como no mito da caverna de Platão, sair das sombras da verdade, que são apenas acenos e não a verdade em si mesmo.
Falando de mito, entendemos que cada mito tem sua identidade cultural e retrata diversas manifestações da vida humana. O mito não tem um ponto de vista definido, nem uma verdade absoluta, ele deve ser refletido em vários aspectos da vida humana. Do contrário ficará refém da racionalidade.
O mito de narciso, o jovem que passou tanto tempo admirando sua própria beleza e desfaleceu, ilustra muito bem o perigo da fixação por alguma sombra (pensamento), quem fica na sombra está sempre confuso, não tem uma distinção clara das questões da vida e é vulnerável ao pensamento dogmático reducionista.

Capitulo Três: CRISE: A ANGUSTIANTE EXPERIENCIA DA LIBERTAÇÃO
É preferível a angústia da busca à falsa paz da acomodação.”
As cavernas dos dogmatismos nos atrofiam e nos aprisionam, em compensação caminhar para a luz do esclarecimento causará dor aos olhos de quem sempre viveu na escuridão da caverna. A dor da libertação, do rompimento com a ignorância, o fim de um relacionamento com a pobreza da irracionalidade, uma dor necessária. A crise.
Como uma fruta, que só depois de passar pelo processo do amadurecimento estará apta para o consumo. Depois de passarmos pela crise, experiências vividas, selecionaremos melhor nossas atitudes em relação a nossa existência.

Capitulo Quatro: MARAVILHAR-SE DIANTE DA VIDA: ATITUDE BÁSICA DO FILOSOFAR
“Ser homem significa jamais se contentar com o que já é, acreditando na brecha de luz que invade a caverna, convidando à luminosidade que desvela a beleza que as sombras escondem.”
Nem sempre a sombra é boa, depende do contexto. Pra quem anda no deserto a sombra é maravilhosa, um refrigério. Mas se o planeta terra vivesse em plena sombra não teríamos vida em nosso planeta, pois a vida que nele existe depende da luz solar para existir, sem ela nada existiria. Como o homem sem esclarecimento vive nas sombras das dúvidas.
O homem tem evoluído em vários aspectos, tais como ciência, tecnologia, medicina, entre outras, mas no relacionamento com o outro parece que temos regredido, estamos ficando mecanizados e distantes de nós mesmos, deixamos de admirar as coisas simples e belas de vida, homens de gelo, é o que estamos nos tornando. Viver sem admirar a vida parece contraditório, mas é viver sem vida.
“Isso quer dizer que é pela admiração, mais que pelo sistema de interpretação, que o homem se aproxima do ser e com ele comunga.” (pag.50).

Capitulo Cinco: ATITUDE FILOSOFICA: COMUNHÃO COM O REAL
“Enquanto o mundo que nos cerca for afônico para nós, estaremos distantes da sua compreensão. Mas, para que ele nos fale, faz-se necessária a capacidade de plena abertura ao imprevisível e ao imediato da vida.”
De acordo com o mito da caverna, de Platão, sair das sombras da caverna e chegar à realidade é um processo que exige esforço em suas etapas, toda libertação ou crescimento é um processo doloroso, como numa gestação até o parto, são nove meses convivendo com dores, enjoos e etc.. Quando a criança vem à luz toda dor é recompensada pela vida.
A negação e o questionamento são ferramentas fundamentais para que não se estabeleça nenhuma falsa verdade, a filosofia não permite acomodação nem conformidade sem antes averiguar utilizando-se dessas ferramentas. Certezas que não passaram pelo crivo do questionamento ou “não podem passar,” são dogmas e não uma realidade. Nem os filósofos, ou muito menos eles podem achar que são inquestionáveis e donos de toda verdade, seria muito pobre e limitado, estaria matando a filosofia.

Capitulo Seis: A FILOSOFIA COMO TAREFA
“Estranhar a vida é convidá-la a hospedar-se na casa do pensamento.”
Diferente do que muitos pensam a filosofia não é inútil ou é coisa de desocupado. Ela ajuda o ser humano a buscar e achar respostas para as questões mais complexas e amplas da vida quer seja passada, presente ou futura. Na verdade ela se preocupa com os problemas da humanidade. Ignorá-la é jogar fora a reflexão, as tentativas de melhora e todo esforço para o bem da humanidade. É verdade que ela não vai resolver todos os problemas e crises existenciais, mas todo serviço na tentativa de resolvê-los é bem vindo. Todos têm o direito ou dever de pensar sobre si, ninguém tem o direito de ditar como deve ser. todos são livres pra pensar, poucos exercitam o pensamento. Não existe uma norma para a vida, aliás, a filosofia tem como objetivo libertar o Ser dessas regras e despertá-lo para um horizonte mais amplo da vida.



Capitulo Sete: O DESAFIO DAS VERTICAIS
O caminho do homem á filosofia exige um conflito interior contra tudo que lhe foi ministrado desde seu nascimento, um rompimento com a ignorância. Esforço e muita paixão pela busca da verdade é preciso lançar fora o medo do conflito e a preguiça de pensar, ter pré-disposição pra se desfazer das inseguranças que outrora eram certezas. O pensamento é a única coisa que não se pode aprisionar, nesse sentido somos livres até pra voar.

Conclusão:
Filosofar é viver, é ser livre para pensar é pensar a respeito de tudo sem influencias externas. É não ficar preso aos poderes dominantes e buscar compreender o significado da vida. Buscar o melhor caminho sem querer se impor como verdade absoluta, tornar o Ser apaixonado pela vida e ter espírito inquieto na busca pela verdade.




BIBLIOGRAFIA:
Livro: Filosofia, Encantamento e Caminho, de Vanildo de Paiva. Ed. Paulus.





TRABALHO DE FILOSOFIA 1




Por




BRUNO GOMES DE OLIVEIRA

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