terça-feira, 10 de abril de 2012

Estudo bíblico sobre a lepra


Estudo bíblico sobre a lepra




Doença designada na Bíblia pelo termo hebraico tsará‛ath e pela palavra grega lepra. A pessoa afligida por ela é chamada de leprosa.

Nas Escrituras, “lepra” não se restringe à doença conhecida hoje por esse nome, pois ela podia atingir não só os humanos, mas também roupas e casas. (Lv 14:55) No capítulo treze de levítico podemos perceber vários tipos de lepra, ou a lepra em vários níveis. A lepra da atualidade é também conhecida como mal de Hansen (hanseníase), assim chamada porque o Dr. Gerhard A. Hansen descobriu o bacilo que, em geral, é considerado o causador dessa moléstia. Contudo, embora
 tsará‛ath se aplique a mais do que à lepra atual, não há dúvida de que a lepra humana, agora chamada de mal de Hansen, estava em evidência no Oriente Médio nos tempos bíblicos.

I. As Variedades, com Seus Efeitos:  Atualmente, a lepra ou mal de Hansen, que é apenas moderadamente contagiosa, manifesta-se em três variedades básicas. Uma delas, o tipo nodular, resulta num espessamento da pele, e na formação de nódulos, primeiro na pele da face, e daí em outras partes do corpo. Também produz efeitos degenerativos nas membranas mucosas do nariz e da garganta da vítima. Esta é conhecida como lepra negra. Outro tipo é a lepra anestésica, às vezes chamada de lepra branca. Não é tão grave quanto a lepra negra, e, basicamente, atinge os nervos periféricos. Pode manifestar-se na pele, que se torna dolorida ao toque, embora possa também resultar em insensibilidade. O terceiro tipo de lepra, uma espécie mista, combina os sintomas de ambas as formas que acabamos de descrever.

À medida que a lepra progride para seu estágio avançado, as lesões que inicialmente se desenvolveram soltam pus, talvez caiam os cabelos da cabeça e das sobrancelhas, as unhas podem soltar-se, decompor-se e cair. Daí, os dedos, os membros, o nariz ou os olhos da vítima podem ir lentamente se consumindo. Por fim, nos casos mais graves, segue-se a morte. Que a “lepra” bíblica certamente incluía tal doença grave é evidente na referência feita por Arão a ela como sendo um mal em que a carne é “metade consumida”. — Nm 12:12.

Esta descrição ajuda a pessoa a avaliar melhor as referências bíblicas a este temível mal, e as funestas conseqüências do ato presunçoso de Uzias em tentar oferecer incenso indevidamente, no templo de Yehowah. — 2Rs 15:5; 2Cr 26:16-23.

II. Diagnóstico:  Por meio da Lei mosaica, Jeová supriu a Israel informações que habilitavam o sacerdote a diagnosticar a lepra e a distingui-la de outras doenças da pele menos graves. À base do registro em Levítico 13:1-46, vê-se que a lepra talvez começasse com uma erupção, uma escara, uma mancha, um furúnculo, ou uma cicatriz na carne, resultante duma queimadura. Às vezes, os sintomas eram claríssimos. Os pêlos na área afetada haviam-se embranquecido, e podia-se notar que a moléstia era mais do que algo superficial. Por exemplo, uma erupção branca da pele podia tornar brancos os pêlos, e a carne viva aparecer na erupção. Isto indicava que a pessoa tinha lepra e devia ser declarada impura. No entanto, noutros casos, o mal não era senão superficial, e impunha-se um período de quarentena, com a subseqüente inspeção pelo sacerdote, que dava o veredicto final quanto ao que se tratava.

Reconhecia-se que a lepra podia atingir um estágio em que não mais era contagiosa. Quando se tinha espalhado pelo corpo inteiro, todo ele tendo ficado esbranquiçado, e não havia carne viva à mostra, isso era sinal de que a fase crítica da doença já passara e que apenas restavam as suas marcas. O sacerdote então declarava limpa a vítima, o mal não representando mais perigo algum para quem quer que fosse. — Lv 13:12-17.

Se a moléstia do leproso já o houvesse deixado e ele estivesse curado, faziam-se arranjos pelos quais ele poderia purificar-se cerimonialmente, o que incluía a oferta dum sacrifício em favor dele, feita pelo sacerdote. (Lv 14:1-32) Mas se o sacerdote declarava impuro o leproso não-curado, as roupas dele eram rasgadas, seus cabelos devendo ficar desgrenhados, e ele devia cobrir o bigode ou lábio superior, e devia bradar: “Impuro, impuro!” Tinha de morar num local isolado, fora do acampamento (Lv 13:43-46) tudo isso era para que todos soubessem que ele estava leproso e pra que ninguém tocasse nele senão seria considerado impuro, medida que se adotava para que o leproso não contaminasse aqueles no meio dos quais Jeová residia. (Nm 5:1-4). Essa era uma das doenças mais temidas do mundo antigo.  Parece que, nos tempos bíblicos, os leprosos se associavam uns com os outros ou viviam em grupos, tornando possível se ajudarem mutuamente. — 2Rs 7:3-5; Lc 17:12.

III. Nas roupas e nas casas:  A lepra também podia atingir roupas de lã ou de linho, ou um artigo de pele. A praga talvez desaparecesse com a lavagem, e havia arranjos para se isolar tal artigo. Mas, nos casos em que persistisse esta praga verde-amarelada ou avermelhada, a lepra maligna se fazia presente, e o artigo devia ser queimado. (Lv 13:47-59) Se, na parede duma casa, surgissem depressões verde-amareladas ou avermelhadas, o sacerdote impunha uma quarentena à casa. Talvez fosse preciso remover as pedras atingidas e mandar que se raspasse o interior da casa, as pedras e a argamassa raspada sendo então lançadas num lugar impuro, fora da cidade. Se a praga retornasse, a casa era declarada impura e era derrubada, e seus materiais eram lançados num local impuro. Mas, para a casa que fosse declarada pura (limpa) havia um arranjo de purificação. (Lv 14:33-57) Tem-se sugerido que a lepra que atingia roupas ou casas era um tipo de bolor ou fungo; no entanto, existe incerteza quanto a isto.

IV. Como Sinal:  Um dos sinais que Yehowah capacitou Moisés a realizar, a fim de provar aos israelitas que Deus o havia enviado, envolvia a lepra. Conforme instruído, Moisés enfiou a mão na dobra superior de sua roupa e, ao retirá-la, “sua mão estava atacada de lepra semelhante à neve”. Ela foi restaurada, “igual ao resto da sua carne”, por ele colocá-la novamente na dobra superior de sua roupa e retirá-la outra vez. (Ex 4:6, 7) Miriã foi atacada de “lepra branca como a neve”, como ato divino, por ela ter falado contra Moisés. Este suplicou a Deus que a curasse, o que foi feito, mas ela ficou de quarentena, fora do acampamento, por sete dias.— Nm 12:1, 2, 9-15.
E disse o SENHOR a Moisés: Se seu pai cuspira em seu rosto, não seria envergonhada sete dias? Esteja fechada sete dias fora do arraial, e depois a recolham.Assim Miriã esteve fechada fora do arraial sete dias, e o povo não partiu, até que recolheram a Miriã. (vs. 14,15)

V. Nos dias de Eliseu:  Naamã, o sírio, era “valente, poderoso, embora fosse leproso [ou: atacado duma doença da pele]”. (2Rs 5:1 n) Seu orgulho quase o fez perder a oportunidade de ser curado, mas, por fim, ele fez conforme Eliseu o instruíra, mergulhando no Jordão sete vezes, e “lhe voltou a carne como a carne dum pequeno rapaz e ele ficou limpo”. (2Rs 5:14) Em resultado disso, tornou-se adorador de Yehowah. Naamã é um exemplo dos vários tipos de lepras que existiam, embora leproso, vivia na corte, e desempenhava os deveres de um general. A sua doença, então, não devia ser aquela é dolorosamente conhecida no Oriente. Não obstante, Geazi, ajudante de Eliseu, obteve gananciosamente um presente de Naamã em nome do profeta, representando assim mal a seu amo, e, na verdade, transformando a benignidade imerecida de Deus em meio de ganho material. Por este erro, Geazi foi afligido de lepra por Deus, e tornou-se “leproso tão branco como a neve”, tanto nessa passagem como na de miriã a lepra aparece como meio de punição e no caso de Geazi, não só ele, mas toda sua descendência foram punidos. Portanto a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre. Então saiu de diante dele leproso, branco como a neve. 2Reis 5:27 — 2Rs 5:20-27.

Que havia vários leprosos em Israel nos dias de Eliseu é indicado pela presença de quatro leprosos israelitas do lado de fora dos portões de Samaria, enquanto Eliseu estava na cidade. (2Rs 7:3) Mas, havia da parte dos israelitas uma generalizada falta de fé nesse homem do verdadeiro Deus, assim como os judeus no território de Jesus não o queriam aceitar. Por isso, Cristo disse: “Havia também muitos leprosos em Israel, no tempo de Eliseu, o profeta, contudo, nenhum deles foi purificado, a não ser Naamã, o homem da Síria”.— Lc 4:27.

VI. Curados por Jesus e Seus Discípulos:  Jesus, durante seu ministério Galileu, curou um leproso, descrito por Lucas como “homem cheio de lepra”. Jesus ordenou-lhe que não o contasse a ninguém, e disse: “Mas vai e mostra-te ao sacerdote, e faze uma oferta em conexão com a tua purificação, assim como Moisés determinou, em testemunho para eles”.— Lc 5:12-16; Mt 8:2-4; Mc 1:40-45.

Quando Cristo enviou os 12 apóstolos, ele lhes disse, entre outras coisas: “Tornai limpos os leprosos”.(Mt 10:8) Mais tarde, quando percorria a Samaria e a Galiléia, Jesus curou dez leprosos num certo povoado. Apenas um deles, um samaritano, “voltou, glorificando a Deus com voz alta”, e se lançou ao solo diante dos pés de Jesus, agradecendo o que ele tinha feito em seu favor. (Lu 17:11-19) Deve-se também notar que Cristo estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso (a quem Jesus talvez tivesse curado), quando Maria ungiu Jesus com o custoso óleo perfumado, poucos dias antes de Sua morte. — Mt 26:6-13; Mc 14:3-9; Jo 12:1-8. Em Lucas 5:14, Jesus havia dito a outro leproso: “Vai... mostra-se ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o sacrifício que Moisés determinou, para servir de testemunho ao povo” (Lucas 5:14).
Ora, nenhum leproso podia simplesmente voltar para casa, para a igreja ou seu sindicato. Havia algumas coisas que ele tinha de fazer.Deveria ir no limite do arraial e chamar o sacerdote para examina-lo Lv: 14.1-3, depois ele teria de ser declarado purificado por um sacerdote - e isso obrigava a um cerimonial muito elaborado e detalhado, que durava oito dias. Tinha de ter todos os pelos raspados, ser banhado e examinado. Após isto, viriam os sacrifícios, o espargir do sangue e do óleo, unções, ofertórios Lv 14:1-32. E depois de tudo isto, ele teria de esperar mais oito dias antes de poder ser devolvido à família e aos seus direitos. Contando tudo, o processo levava dezesseis dias de atividades religiosas incríveis!Estas cerimônias altamente religiosas eram todas simbólicas - tipos usados para ensinar as pessoas a respeito da glória do Messias. Está tudo descrito em Levíticos 14 - e foi isso que o dez leproso voltaram para fazer na cidade.Nestas alturas Jesus e os apóstolos provavelmente já tinham comido alguma coisa e estavam na estrada, bem adiante da aldeia. Porém, de repente, ouviram uma algazarra atrás deles. Quando se viraram para olhar, viram um homem correndo para eles - gritando e agitando os braços! Um dos discípulos disse: “É um dos dez leprosos da cidade”. E quando ele se aproximou, ouviram-no gritando: “Glória - glória a Jesus! Louvado seja!” Era o samaritano! Quando chegou até Jesus, prostrou-se aos Seus pés - e explodiu em louvor e ações de graças! Do íntimo do seu ser jorrou adoração ao Filho do Deus vivo: “Tu és Deus! Não conseguirias fazer isso a menos que fosses o Filho de Deus. Louvado seja Deus! Glória!”.
Jesus baixou Seu olhar para ele e disse: “Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove?” (Lucas 17:17). Ele estava perguntando: “Por que apenas você? Onde estão seus amigos, os outros que Eu curei?”.
Quando esse homem viu Jesus pela primeira vez, precisou ficar de longe, porque assim determinava a lei de Moisés (Lc17. 2). Os leprosos eram afastados de suas famílias, de seus trabalhos, amigos, do convívio social. Os casados não viam mais suas esposas seus filhos, pai, mãe, irmão, amigos o lazer e os passeios nem pensar. Seus sonhos e projetos tudo por água abaixo. E ainda tinham os seus cabelos bagunçados, suas barbas cobertas, roupas rasgadas de luto e como não se bastasse tinham que andar gritando “imundo! Imundo!”, para que todos soubessem que estava leproso. Tudo isso sem prescrição médica, por tempo indeterminado, além de tudo isso uma das coisas que mais atormentavam eles, era o fato de não poderem adorar a Deus em seu templo. Pra quem ficava nesse estado, só lhe restava esperar a morte. Em Lucas 17. V15-18 esse leproso vem correndo atrás de Jesus e gritando “Glória a Deus”. Ele não perdeu a oportunidade, antes não podia chegar nem perto, mais agora prontamente se jogou aos pés de Jesus. Imagine a auto-estima desse homem ao pensar.’Estou livre do leprosário, Jesus me devolveu a vida os meus sonhos, minha família, posso voltar pra minha casa e dar continuidade a minha vida’. Certamente depois que Jesus restituiu a vida desse homem ele se tornou mais um seguidor do mestre e um grande propagador do evangelho. Deus está convocando pessoas pra restituir a vida daqueles que estão nos leprosários das trevas, prostituições, vícios, misérias e de todas as sortes de males oferecidos pelo inimigo de nossas almas.
Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz;
O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor;
Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados; 
Colossenses 1:12-14. pense nisso.
Amado, esta é a questão que Jesus ainda está perguntando hoje! Das tantas multidões que tornou limpas e preenchidas, só um remanescente é atraído a Ele! Então, onde estão os outros? Eu lhe digo - eles estão no mesmo lugar onde foram acabar os nove leprosos curados: perdidos na igreja - engolidos pela religião!
Eu creio nas estatísticas da Bíblia. E se a estatística dessa história no evangelho de Lucas está certa, então 90 por cento daqueles que são tocados por Jesus acabam voltando à uma igreja morta, árida. Nunca chegam a Jesus - porque ficam perdidos na religião!
Ora, estes nove leprosos estavam ansiosos para retomarem suas vidas. Disseram: “Preciso voltar para minha esposa e para minha família. Quero de novo o meu respeito próprio. Quero voltar à sinagoga e estudar sobre a vinda do Messias!”.
Alguém poderá dizer: “O que há de errado nisto? Ao homem não é ordenado prover o sustento para os seus? E Davi não fala de se meditar nas coisas profundas de Deus? Não devem os cristãos estar motivados para trabalhar com diligência - fazer exatamente o que os nove leprosos fizeram? E Jesus não lhes disse para irem diretamente ao sacerdote?”
Sim, tudo isso é verdade - mas fica sem significado se primeiro, não se conhece a Jesus! Vamos sair desse bairrismo eclesiástico de pensarmos que a obra de Deus está limitada a quatro paredes de nossas igrejas.
Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. 
Atos 10:38.

Prbruno_Gomes@hotmail.com

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