terça-feira, 10 de abril de 2012

RELIGIÃO E SAUDE MENTAL


FACULDADE APLICADA DE TEOLOGIA E FILOSOFIA











TEMA: Religião e saúde mental







Por







Bruno Gomes de Oliveira





Trabalho apresentado em cumprimento às exigências da disciplina PSICOLOGIA II do curso Bacharel em Teologia








TRABALHO de PSICOLOGIA II : livro psicologia da religião



TEMA: RELIGIÃO E SAÚDE MENTAL

É de suma importância para a sociedade amostra que, historicamente a religião exerce um papel importante e fundamental na saúde mental de cada indivíduo e conseqüentemente no comportamento deste no ceio da sociedade.


Definição de religião e saúde mental;

RELIGIÃO: Do latim reli gare, significando religação do homem com o divino.
Muitas religiões têm narrativas, símbolos, tradições e histórias sagradas que se destinam a dar sentido à vida. Elas tendem a derivar em moralidade, ética, leis religiosas ou em um estilo de vida.

SAÚDE MENTAL: A saúde mental (ou sanidade mental) é um termo usado para descrever um nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional ou a ausência de uma doença  mental. A saúde mental pode incluir a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as atividades e os esforços para atingir a resiliência psicológica.

Precisamos esclarecer alguns pontos quando falamos de religião e saúde mental.
O primeiro deles é que, o ministro de religião não pode de maneira alguma, ultrapassar o seu limite do campo religioso, e entrar no campo clínico a ponto de receitar algum tipo de medicamento, a menos é claro que ele tenha a devida formação acadêmica e esteja em local adequado para isso.
Segundo: o ministro religioso não deve usar de práticas psicoterapêuticas como alguns erroneamente tem usado a prática da regressão psicológica. Primeiramente, é preciso ficar bem claro que a regressão é prática psicoterapêutica e não um meio espiritual de libertação. De forma simples, pode se dizer que a prática da regressão, como terapia, nada mais é do que evocar sentimentos, traumas, tensões, que ficam retidos no inconsciente.A explicação para isso é que, a cada experiência forte por que passamos (traumas, perdas, tensões) despendemos energia (libido), mas em função do mecanismo de defeso denominado por Freud de repressão ser acionado, essa energia é retida.É justamente para evitar que esses sentimentos venham a público de forma irracional e descontrolada que a regressão é praticada, para digamos que dá alívio às tensões, mas de forma controlada e orientada.Por isso mesmo, que ninguém tem o direito de fazer desse momento delicado por que passa uma pessoa, uma experiência religiosa ou algum tipo de teste de espiritualidade. Associar esse tipo de sentimentos retidos com o pecado do qual precisamos nos libertar é um erro grotesco, imaturo e infantil. Freud deu início a esse tipo de terapia através da hipnose, onde o paciente, uma vez inconsciente, é conduzido a uma viagem insólita e extremamente perigosa ao seu passado, perigosa porque, quando lidamos com a mente humana, estamos lidando com um campo absolutamente misterioso. Um dos riscos permanentes da regressão feita por pessoas que, cientificamente falando não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, é que a pessoa regredida pode ficar “presa” ao passado e não querer nem poder retornar mais ao presente, digo isso porque já ocorreram tais fatos. Isso posto, o pai da psicanálise passou a utilizar um método diferente e menos perigoso, Freud começou a chamada regressão consciente, essa por sua vez teve resultados mais eficientes e satisfatório. A regressão, tanto inconsciente quanto consciente, é prática puramente psicoterapêutica e só deve ser feita por profissionais da área. Nenhum neófito deve se atrever a fazê-la nem associá-la ao pecado. Ora se  Freud o pai da psicanálise, o descobridor da regressão, se recusou a dar continuidade a essa prática visto o risco que levaria a seus pacientes, será um ato de pura irresponsabilidade de qualquer ministro religioso brincar com o que não conhece e fazer das pessoas cobaias, em seus complicados brinquedos espirituais. Tais pessoas deveriam ser responsabilizadas e punidas por todos os danos psíquicos que possa vir a causar.
Traumas devem ser tratados sim, mas com psicoterapeutas, psicólogos formados, que sabem o que estão fazendo porque estudaram e se prepararam para isso.

A religião sempre contribuiu com o bom funcionamento do homem e seu equilíbrio. Isto é verdade particularmente no que tange à saúde mental. Podemos dizer que os ministros religiosos foram os primeiros psicoterapeutas.
Alguns argumentam que a religião é um mal para a saúde física e mental, como Freud que comparou a religião com neurose obsessiva.
Albert Ellis (1983), criador da terapia racional emotiva, afirmou
precipitadamente ser a religião causadora de patologia e neuroses.
Posteriormente, Malony (1988) mostrou que os religiosos
apresentavam maior progresso e saúde.

Os principais argumentos dos que afirmam que a religião é prejudicial são os seguintes:

. Gera níveis patológicos de culpa;
. Cria ansiedade e medo através de crenças punitivas (por exemplo,
Inferno, pecado original, ect.);
. Encoraja a visão de que o mundo é dividido entre "santos" e
"pecadores", o que aumenta a intolerância e a hostilidade em relação
"aos de fora";
. Cria a paranóia com a idéia de que forças malévolas ameaçam
Nossa integridade moral;

Os argumentos dos que consideram a religião um impacto positivo sobre a saúde física e psicológica:

. Reduz a ansiedade existencial ao oferecer uma estrutura cognitiva
que ordena e explica um mundo que parece caótico;
. Oferece esperança, sentido, significado e sensação de bem-estar
emocional;
. Ajuda as pessoas a enfrentarem melhor a dor e o sofrimento,
através de um fatalismo reassegurador;;
. Fornece soluções para uma grande variedade de conflitos
emocionais e situacionais;
. Soluciona o problema perturbador da morte, através da crença na
continuidade da vida;
. Dá as pessoas uma sensação de poder e controle, através da
associação com uma força onipotente;
. Estabelece uma orientação moral que suprime práticas e estilos de
vida autodestrutivos;
. Promove a coesão social;
. Fornece identidade, satisfazendo a necessidade de pertencimento,
ao unir as pessoas em torno de uma compreensão comum;
. Fornece as bases para um ritual catártico coletivo.
Assim, pois, ao invés de ser interpretada como neurose obsessiva, a religião sadia pode ser, na realidade, fator de grande importância no equilíbrio emocional do homem. Ela é sem sombra de dúvida, fator importantíssimo para a sobrevivência do indivíduo face as grandes crises da vida. Em relação a saúde mental, notou-se um maior ajustamento pessoal, bem como menos dias de internação em clínicas psiquiátricas.
Hoje outras doenças são prioritárias, muitas delas relacionadas aos
estilos de vida contemporâneos (estresse, dependência de
substancias, alimentação excessiva, comportamento sexual). Estes
podem ser vistos como violações de leis e práticas espirituais, que
prescrevem moderação no comportamento sexual e alimentar,
advertem contra beber excessivamente, contra o perseguir
incessante do dinheiro e poder, a competição, a emoções negativas
(hostilidade, raiva, ressentimento e culpa), narcisismo e
incapacidade de amar. Há um apelo claro à moderação, com
implicações importantes para a saúde.
Apoio Social e religioso, Pertencer a um grupo religioso e participar dele pode trazer conseqüências psicossociais saudáveis que influenciam positivamentea saúde.
. A comunhão regular com os demais é característica importante de
muitos sistemas religiosos, sendo fundamental em momentos de
solidão, depressão e morte de entes queridos;
. O processamento cognitivo e as crenças influenciam o modo de lidar
com o estresse, ou seja, as crenças das pessoas e suas
interpretações em relação ao sofrimento e à vida são cruciais para a
maneira de lidar com as dificuldades;
. A experiência religiosa e o companheirismo, talvez por vias
Psiconeuroendocrinológicas sirvam para bloquear ou inibir o impacto
de emoções deletérias, como a ansiedade e anomia.

Sistema de Crenças

As crenças religiosas podem gerar tanto paz, autoconfiança e
sensação de propósito na vida, quanto culpa, depressão e dúvidas. O
efeito benéfico da religião pode advir de o indivíduo perdoar a si
mesmo e aos outros, desenvolver autoconceitos emocionais mais
saudáveis e doar-se de modo não-egoísta.
Evidências empíricas da psiquiatria e da medicina de cuidados primários mostram que os rituais estão invariavelmente associados com o benefício. Os rituais religiosos públicos e privados são métodos poderosos para manter a saúde mental e para prevenir o início ou a progressão de distúrbios psicológicos.
A liturgia apropriada no momento de vida da congregação ou da família facilita a catarse emocional.


Conclusão:
Afirmar como Freud que a religião é uma neurose obsessiva é um grave erro, principalmente não tendo provas. Talvez seja mais honesto dizer, que há algumas formas imaturas de religião que podem afetar a personalidade do indivíduo religioso, porém a imaturidade religiosa de alguns não pode e nem deve descredibilizar a experiência religiosa de outro que tem atingido alto nível de eficiência de sua crença e experiência religiosa.
Tanto a religião como psicoterapia procuram ensinar formas mais adequadas de comportamento e uma visão do universo que o leva a uma vida mais criativa e ao melhor ajustamento com seu mundo.
A religião sadia pode contribuir para o equilíbrio mental do indivíduo, dá ao homem a segurança cósmica, motivação para viver e lhe oferece estabilidade emocional em momentos de crise.
Tanto o psicoterapeuta como o ministro de religião procura ensinar ao homem as formas mais adequadas de comportamento, para que ele venha funcionar adequadamente na sociedade.






BIBLIOGRAFIA: Revista Brasileira de Psiquiatria
 Livro Psicologia da Religião de MERVAL ROSA.



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EMAIL: prbruno_gomes@hotmail.com

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